'O povo começou a quebrar tudo', diz passageira do Metrô
21 de setembro de 2010 12h52 atualizado às 15h39

A manicura Telma Souza Ribeiro presenciou atos de vandalismo na estação Itaquera. Foto: Reinaldo Marques/Terra
A manicure Telma Souza Ribeiro presenciou atos de vandalismo na estação Itaquera
Foto: Reinaldo Marques/Terra


Thais Sabino
Direto de São Paulo

A paralisação da linha vermelha do metrô paulistano nesta terça-feira afetou 18 estações e causou atrasos de até quatro horas nas viagens dos passageiros. O incidente foi em decorrência do acionamento do botão de emergência nesta manhã.
A manicure Telma Souza Ribeiro estava na estação Itaquera, na zona leste da capital paulista, quando o problema começou. "O maquinista avisou que tinha um acidente na Sé, e o povo começou a quebrar tudo: as janelas, abriram as portas e desceram na via. Foi aí que tudo piorou", disse.
Telma teve que descer na estação Parque Dom Pedro e pegar um ônibus para continuar seu trajeto. Às 11h30, ela conseguiu desembarcar na estação Sé, de onde continuaria até chegar ao trabalho, no Bosque da Saúde, próximo ao metrô da Saúde, zona sul de São Paulo.
Adilton de Lima não tinha compromisso marcado, mas passou uma hora e meia preso na estação Carrão. "Falaram que alguém tinha se jogado e eu fiquei lá esperando. Não tinha nada com hora marcada", afirmou ele, que chegou às 8h40 no Carrão e só conseguiu embarcar na estação Sé às 11h45.
"Pegamos o metrô no Tatuapé, ele parou e descemos no Brás. Estava uma confusão", contou a freira Adila Alfaro. Ela e a amiga Rosilene de Melo tinham um compromisso agendado para as 10h no Poupatempo da praça da Sé. Instruídas por um guarda do Metrô, pegaram um ônibus no Brás até o destino final. Segundo Adila, o trânsito estava "bem" lento, mas elas conseguiram chegar no horário. "Saímos às 8h, mas conseguimos chegar (...) o que mais me assustou foi como as pessoas estavam agitadas, cada um correndo para um lado. Parece que teve gente que até desmaiou", afirmou.
Apesar de o problema ser na linha vermelha, outras estações também foram atingidas. Cecília de Lima embarcou às 7h na estação Santana, linha azul do Metrô, zona norte de São Paulo, para desembarcar na estação Liberdade. "Estava um caos, muito lotado. Não conseguimos descer e só saímos na estação São Joaquim (estação seguinte à da Liberdade)".
De acordo com os funcionários do Metrô, a linha voltou a circular às 10h30 em ritmo mais lento do que o normal. Às 11h40, o metrô funcionava normalmente.
Entenda o caso
O caos na Linha 3-Vermelha do Metrô teve início às 7h50 desta terça-feira. Segundo a assessoria de imprensa da companhia, um passageiro acionou o botão de emergência que abre as portas do trem, o que causou a parada imediata da composição, que seguia no sentido Palmeiras/Barra Funda.

De acordo com o Metrô, o trecho entre as estações Sé e Belém teve a alimentação de energia cortada para permitir o desembarque dos usuários. Às 10h, o trecho foi liberado, mas a situação ainda não havia sido normalizada. Todas as 18 estações da Linha 3-Vermelha apresentavam movimento acima da média e intervalos maiores na circulação de trens.
 

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